#As Garotas no ENIAC
Betty Snyder, Marlyn Wescoff, Fran Bilas, Kay McNulty, Ruth Lichterman e Adele Goldstine
Sem dúvida o acontecimento de duas grandes guerras mundiais em períodos próximos contribuiu bastante para o avanço das tecnologias da informação e comunicação. Foi no ano após o fim da 2° Guerra Mundial, mais especificamente em 14 de Fevereiro de 1946 que o primeiro computador eletrônico digital iniciou o seu funcionamento. O ENIAC, como foi chamado, foi criado ainda durante a guerra para realizar cálculos balísticos e operou por 10 anos realizando um grande número de contas, um início para a chegada da 2° geração de computadores. Apesar de sua imensa tecnologia para a época, esse computador ainda era operado de forma muito mecânica: seu sistema operacional era formado por uma série de cartões perfurados que eram administrados diretamente por operadores, além do grande número de botões e interruptores, que totalizavam cerca de três mil chaves. Um fato é que essa complexa operação do ENIAC teve uma atuação esplêndida de uma equipe de incríveis mulheres.
Eram seis no total: Betty Snyder, Marlyn Wescoff, Fran Bilas, Kay McNulty, Ruth Lichterman e Adele Goldstine. Essas mulheres atuaram na operação da máquina, dando as instruções necessárias para a realização dos cálculos, numa época em que não haviam linguagens de programação bem estruturadas e apenas um grande volume de instruções a serem dadas. Apesar dessa notória participação, que possibilitou o funcionamento desse computador extremamente importante para a chegada das próximas gerações, nenhuma das programadoras levou crédito até a década de 1990. No aniversário de 50 anos do computador, em 1996, apenas duas delas foram convidadas para a celebração. Foi por conta de Kathy Kleiman, uma estudante de ciência da computação, que essas mulheres foram redescobertas. Em busca de representação feminina na tragetória de sua área, Kathy pesquisou sobre contribuições de mulheres na tecnologia e acabou por encontrar as garotas no ENIAC, que se impressionaram ao serem reconhecidas. Kleiman então decidiu gravar as histórias dessas mulheres, o que anos depois, mais especificamente em 2014, resultou no documentário "The Computers". Além disso, a visibilidade conseguiu colocar as seis mulheres no hall da fama na WITI em 1997 e proporcionar prêmios importantes, mesmo que apenas 50 anos após o início dos trabalhos realizados pela equipe.