Joan Elisabeth Lowther Clarke, conhecida como Joan Clarke nasceu em Londres - Inglaterra, no bairro de West Norwood no dia 24 de junho de 1917 e tem como data da sua morte, 4 de setembro de 1996. Foi uma criptoanalista e numismata inglesa, integrante da GC&CS (Government Code and Cypher School), mais conhecida pelo seu trabalho como decodificadora durante a II Guerra Mundial. A equipe na qual integrava, era dedicada a decifrar códigos enviados pelo Kriegsmarine (a marinha nazista), considerados um dos grupos de códigos mais difíceis de serem quebrados em comparação a outros códigos nazistas, o que possibilitou salvar inúmeras vidas.
Nos anos colegiais, Joan estudou na escola para garotas Dulwich High School, e aos 19 anos, recebeu uma bolsa para cursar Matemática na Newnham College, faculdade destinada a mulheres dentro da Universidade de Cambridge, uma das mais conceituadas e mais antigas universidades do mundo. Os anos letivos de um curso de bacharelado em Cambridge são divididos em duas partes, onde geralmente a primeira é composta de um ano e a segunda é composta de dois anos. Joan foi aprovada nas duas, concluindo o curso em 1939, porém enfrentou seu primeiro obstáculo como mulher na área de exatas: teve o direito de receber o título de bacharela em Matemática negado, pois Cambridge só passou a conferir o grau a mulheres a partir de 1948.
Joan ingressou na GC&CS no ano de 1940 a convite de seu orientador, o professor Gordon Welchman, trabalhando no grupo de mulheres conhecido como “The Girls” (“As Meninas”), onde cada uma recebia 2 libras por dia para realizar tarefas administrativas. Pouco tempo depois conquistou seu próprio espaço na Hut 8, local onde conheceu Alan Turing (considerado o pai da computação), com quem estreitou laços de amizade. Na Hut 8, Joan tornou-se a única mulher integrante das equipes responsáveis por lidar diretamente com a quebra de códigos enviados por máquinas Enigma. Embora tivesse a mesma posição que seus colegas homens na equipe, nunca recebeu salário equiparado ao deles.
Com o fim da guerra, Joan ingressou no Government Communications Headquarters (GCHQ), serviço britânico de inteligência dedicado a espionagem e contraespionagem, onde conheceu o tenente-coronel John Kenneth Ronald Murray, com quem se casou em 1952. Com a morte do marido em 1986, Joan mudou-se para Headington, em Oxfordshire, onde continuou sua pesquisa em numismática e ajudou vários historiadores a estudar códigos da Segunda Guerra e a quebrá-los. Como ainda há um selo de confidencialidade sobre seu trabalho para o governo, boa parte de seus feitos ainda não são conhecidos. Em Headington também continuou seus estudos em numismática, recebendo o prêmio Sandford Saltus Medal da Sociedade Britânica de Numismática.
A história de Joan Clarke, representante das várias vozes femininas que compunham a grande força-tarefa de inteligência destinada a enfraquecer as forças nazistas, é muito atual e presente como um grande exemplo de inspiração e de persistência para muitas outras meninas e mulheres nas ciências exatas. Que os exemplos do passado sejam ferramenta utilizada para reforçar a importância da representatividade e do protagonismo feminino na área, lembrando que esse protagonismo jamais deve ser ofuscado.
Fontes: - [Joan Clarke e a voz feminina na quebra da enigma](http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/ 10/joan-clarke-e-a-voz-feminina-na-quebra-da-enigma/) - [Joan Clarke e seu trabalho na decodificação das máquinas enigma](https://www.huffpostbrasil. com/renata-honorato/joan-clarke-a-grande-mulher-por-tras-de-alan-turing_b_6422438.html) - Programaria - Mulheres que fizeram história na tecnologia