Formatar Pen Drive no Terminal Linux

Sistemas de Arquivos ou File System, refere-se à forma como os dados são armazenados, organizados e acessados no disco pelo sistema operacional. É um artifício imposto pelo sistema operacional e não pelo hardware da máquina. O processo conhecido como "formatação lógica de disco" estabelece um file system em uma partição de HD, em pen drives, disquetes e etc.

Identificando o Pen Drive

Primeira Forma - Digite:

sudo fdisk -l
- Exemplo de saída:
  
  Disco /dev/sda: 500.1 GB, 500107862016 bytes
  255 cabeças, 63 setores/trilhas, 60801 cilindros, total de 976773168 setores
  Unidades = setores de 1 * 512 = 512 bytes
  Tamanho do setor (lógico/físico): 512 bytes / 512 bytes
  Tamanho da E/S (mínimo/ideal): 512 bytes / 512 bytes
  Identificador do disco: 0x00000000
  
  Dispositivo Boot Início Fim Blocos Id Sistema
  
  /dev/sda1 1 976773167 488386583+ ee GPT
  
  Disco /dev/sdb: 4004 MB, 4004511744 bytes
  255 cabeças, 63 setores/trilhas, 486 cilindros, total de 7821312 setores
  Unidades = setores de 1 * 512 = 512 bytes
  Tamanho do setor (lógico/físico): 512 bytes / 512 bytes
  Tamanho da E/S (mínimo/ideal): 512 bytes / 512 bytes
  Identificador do disco: 0x36c439e6
  
  Dispositivo Boot Início Fim Blocos Id Sistema
  
  /dev/sdb1 32 7821311 3910640 7 HPFS/NTFS/exFAT
Segunda Forma - Digite:

mount
- Exemplo de saída:
  
  /dev/sda2 on / type ext4 (rw,errors=remount-ro)
  proc on /proc type proc (rw,noexec,nosuid,nodev)
  sysfs on /sys type sysfs (rw,noexec,nosuid,nodev)
  none on /sys/fs/cgroup type tmpfs (rw)
  none on /sys/fs/fuse/connections type fusectl (rw)
  none on /sys/kernel/debug type debugfs (rw)
  none on /sys/kernel/security type securityfs (rw)
  none on /sys/firmware/efi/efivars type efivarfs (rw)
  udev on /dev type devtmpfs (rw,mode=0755)
  devpts on /dev/pts type devpts (rw,noexec,nosuid,gid=5,mode=0620)
  tmpfs on /run type tmpfs (rw,noexec,nosuid,size=10%,mode=0755)
  none on /run/lock type tmpfs (rw,noexec,nosuid,nodev,size=5242880)
  none on /run/shm type tmpfs (rw,nosuid,nodev)
  none on /run/user type tmpfs (rw,noexec,nosuid,nodev,size=104857600,mode=0755)
  none on /sys/fs/pstore type pstore (rw)
  /dev/sda1 on /boot/efi type vfat (rw)
  systemd on /sys/fs/cgroup/systemd type cgroup (rw,noexec,nosuid,nodev,none,name=systemd)
  gvfsd-fuse on /run/user/1000/gvfs type fuse.gvfsd-fuse (rw,nosuid,nodev,user=sim)
  /dev/sdb1 on /media/usuario/*PENDRIVE* type fuseblk(rw,nosuid,nodev,allow_other,default_permissions,blksize=4096)

Terceira Forma - Digite:

lsblk

Exemplo de saída:

  NAME   MAJ:MIN RM   SIZE RO TYPE MOUNTPOINT
  sda      8:0    0 465,8G  0 disk
  ├─sda1   8:1    0   512M  0 part /boot/efi
  ├─sda2   8:2    0 461,8G  0 part /
  └─sda3   8:3    0   3,5G  0 part [SWAP]
  sdb      8:16   1   3,7G  0 disk
  └─sdb1   8:17   1   3,7G  0 part /media/usuario/*PENDRIVE*
  sr0     11:0    1  1024M  0 rom

Desmontar a unidade do Pen Drive

Normalmente, quando colocamos o Pen Drive na porta USB, o Linux (ou qualquer outro SO) já o monta automaticamente, então para fazermos a formatação, devemos desmontá-lo. Digite o comando a baixo:

sudo umount CAMINHO/DA/UNIDADE
- Exemplo:
  
  sudo umount /dev/sdb1
- Ou:
  
  sudo umount /media/usuario/PENDRIVE

Agora a formatação

Podemos formatá-lo para diversos formatos de Sistemas de Arquivos (mkfs.vfat, mkfs.ntfs, mkfs.bfs, mkfs.ext2, mkfs.ext3, mkfs.ext4, mkfs.minix, mkfs.msdos, mkfs.vfat, mkfs.xfs, mkfs.xiafs), mas irei demonstrar somente os 2 mais utilizados. Apesar de ser um dos mais primitivos programas de particionamento ainda em uso, o fdisk é o default nestes sistemas e por isso ainda é muito utilizado.
- Formato NTFS (recomentado):
  
  sudo mkfs.ntfs -I /dev/sdb1
  - Ou:
    
    sudo mkfs.ntfs -f -I /dev/sdb1
  - Ou:
    
    sudo mkntfs -I /dev/sdb1
  - Ou:
    
    sudo mkntfs -f -I /dev/sdb1
  - Após formatar o Pen Drive, podemos renomeá-lo. Na formatação para NTFS, a maneira de nomear o dispositivo é diferente. Digite o seguinte comando:
    
    sudo ntfslabel /dev/sdb1 NOMEPENDRIVE
- Formato FAT32:
  
  sudo mkfs.vfat -n NOMEPENDRIVE -I /dev/sdb1

Lista de comandos utilizados

fdisk -l => Lista os particionamentos. fdisk é um utilitário presente em diversos sistemas operacionais que realiza particionamento de discos rígidos. Há versões do fdisk para Linux, DOS, Windows, FreeDOS e OS/2;

mount => Comando para criar novos Sistemas de Arquivos e também para visualizar os já montados;

lsblk => Exibe informações sobre as partições do HD e outros dispositivos de armazenamento como pen drives e CDs em formato de árvore;

umount => Comando usado para desmontar Sistemas de Arquivos;

mkfs => Comando responsável por formatar o sistema de aquivo;

vfat => Formata no sistema de arquivos FAT32;

ntfs => Formata no sistema de arquivos NTFS;

-n => Nome que é escolhido para o dispositivo;

-I => Partição do Pen Drive (Não é obrigatório);

-f => Executa a formatação rápida. Isso ignorará tanto a redução de volume quanto a verificação de setor ruim.

ntfslabel => É uma ferramenta que possui a funcionalidade de renomear ou exibir o rótulo de um sistema de arquivos NTFS;

/dev/sdb1 => Partição do disco onde é montado o dispositivo conectado. Sendo a primeira partição do segundo disco rígido SATA ou SCSI. Pode haver vários, por isso devemos ter certeza da partição que queremos formatar.

Breve explicação sobre os Sistemas de Arquivos NTFS e FAT32

NTFS (New Technology File System): É um sistema de arquivos que surgiu juntamente com o lançamento do Windows NT. O NTFS possui várias características, em caso de falhas, por exemplo, quando o computador tem um desligamento repentino, ele tem a capacidade de reverter os dados para a condição anterior ao problema. Também possui a característica de suportar uma replicação de dados, como acontece nos sistemas RAID, por exemplo. O esquema de permissões de acesso é outra característica do NTFS. O NTFS dá a possibilidade de o usuário definir quem pode e como acessar pastas ou arquivos. Ele também possui muita eficiência no trabalho com grandes arquivos e também unidades de discos bastante cheias.
- Características:
  - Cria partições maiores que 32GB;
  - Tem capacidade de compactar arquivos e economizar espaço em disco;
  - Conta com melhor gestão de espaço, assim, gerando menos fragmentação;
  - Possui menos espaço desperdiçado;
  - Conta com on-the-fly a criptografia de arquivos usando o EFS (Encrypting File System, o Windows Professional);
  - Tamanho máximo de volume: 2 32 clusters minus 1 cluster;
  - Tamanho máximo de arquivos: 2 44 bytes (16 TeraBytes) minus 64KB;
  - Número máximo de Clusters: 2 32 clusters minus 1 cluster.
FAT32 (File Allocation Table): O sistema de arquivos FAT32 utiliza 32 bits no endereçamento de dados. Com o FAT32, é possível usar clusters menores, no geral de 4 KB, mesmo que a unidade ofereça maior capacidade de armazenamento. Assim, o desperdício acaba sendo menor. O sucesso da grande compatibilidade do FAT32 com programas, drivers de dispositivo e as redes existentes, foi reestruturado com o mínimo de alterações na arquitetura do Windows, nas estruturas de dados internos, em APIs e também no formato no disco. Como o FAT32 precisa de 4 bytes para poder armazenar valores do cluster, várias estruturas de dados internos e no disco e APIs publicados foram refeitas ou mesmo expandidas. Ferramentas e drivers existentes continuarão funcionando em unidades FAT32. Seguramente podemos dizer que o FAT32 é mais confiável. Ele tem a capacidade de posicionar o diretório principal em qualquer lugar do disco. Comparando com os sistemas antigos de FAT, havia uma grande limitação no número de entradas que podiam ser alocadas no diretório principal. Com o FAT32 não há essa preocupação. O FAT32 tem a capacidade de suportar partições de até 2 TB.
- Características:
  - É compatível com todos os sistemas operacionais;
  - Ocupa menos espaço no disco USB;
  - Trabalha de forma mais rápida e com menos uso de memória;
  - Tamanho máximo de volume: 32GB for all OS. 2TB for some OS;
  - Tamanho máximo de arquivos: 4GB minus 2 Bytes;
  - Número máximo de Clusters: 4177918.