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Autores: Guilherme Passos e outros.
Bitcoin (BTC ou XBT) é o primeiro e mais importante dinheiro eletrônico sem autoridade central, baseado numa tecnologia open-source inédita chamada Blockchain, que foi desenvolvida por Satoshi Nakamoto em janeiro de 2009. Essa tecnologia permite a criação de um "banco de dados" confiável P2P (ponto-a-ponto), o que abre caminho para muitos tipos de inovação, sendo uma delas o próprio bitcoin e outras como contratos descentralizados, por exemplo.
Nota: normalmente emprega-se "Bitcoin" em maiúsculo para se referir ao protocolo (baseado na tecnologia Blockchain) e em minúsculo "bitcoin" para se referir a uma unidade da moeda.
O Bitcoin, além de um bem digital, pode ser considerado também um sistema de pagamento, totalmente independente de qualquer sistema já existente, como cartões de crédito, Paypal, bancos e outros. Sua capacidade atual estimada é de 7 transações por segundo, mas essa capacidade pode ser aumentada com o passar do tempo se houver necessidade. Por ser puramente digital e distribuído, o Bitcoin funciona 24/7 e tem alcance mundial, além de ter locais especializados de troca pela moeda local (chamados exchange) nas principais cidades do mundo.
A segurança da rede do Bitcoin, ou seja, o que garante que não existirá um chamado "gasto duplo" do mesmo dinheiro, é o consenso da rede P2P feito pela validação das transações por parte dos mineradores. Para que um minerador consiga incluir um bloco válido na rede, ele precisa utilizar um grande poder computacional. O processo de mineração consiste na realização de cálculos matemáticos para a seleção de quais transações válidas serão incluídas no próximo novo bloco do Blockchain, excluindo aquelas que tiveram uma tentativa de "gasto duplo" naquele período. Cada nó da rede, além dos mineradores, também é capaz de verificar a validade das transações incluídas no bloco. É nesse processo também que aparecem os "bitcoins ainda não descobertos". A distribuição dos bitcoins é feita de forma previsível, tendo uma queda de recompensa pela metade de 4 em 4 anos. Serão encontrados no máximo 21 milhões de unidades da moeda.
O preço de mercado de um bitcoin é determinado através da lei da oferta e da procura, portanto estando sujeito a variações de preço por causa de acontecimentos políticos e econômicos (como desvalorização e inflação de moedas estatais, conflitos, maior demanda por Bitcoin etc).
Assim como nas moedas estatais, o preço do bitcoin varia e pode ser diferente dependendo do lugar em que for negociado.
Se você for comprar dólares no Brasil, você terá que procurar uma casa de câmbio que poderá ter a cotação de R$ 3,00 por dólar, por exemplo. Caso vá a outra casa de câmbio, você poderá notar que o preço poderá ser ligeiramente diferente, além das taxas também variarem. Com o Bitcoin não é diferente. Essa variação entre as exchanges (nome comumente usado para se refererir aos locais de compra e venda de bitcoin) são equilibradas pelo mercado através de operações de arbitragem (comprar num lugar mais barato e vender num mais caro).
Para se ter uma ideia do preço médio do bitcoin, você pode dar uma olhada em sites como os que seguem:
- Índice Brasileiro de Bitcoin (IXBTC)
- Mercado de Bitcoins (CoinBR)
- Exchange War
Para um gráfico do preço ao longo do tempo, acesse:
Por ser uma moeda ainda muito recente (inventada em jan/2009) e ainda não muito utilizada, seu preço de mercado ainda é muito volátil. Isso faz do bitcoin um investimento de risco atualmente. O preço tende a ficar mais estável ao longo do tempo, quando o mercado puder definir com mais exatidão seu "preço real". As oscilações também tendem a diminuir conforme o seu market cap (quantidade de moedas x preço) aumentar. Hoje (2015) o market cap do bitcoin é de US$ 3 bi, o que pode ser considerado pouco se comparado ao valor de algumas empresas como a Dell (US$ 24 bi) ou ainda de outras commodities como o ouro (US$ 2.600 bi).
Para um gráfico da volatidade ao longo do tempo, acesse:
O bitcoin é um bem digital e assim como outros bens, pode ser adquirido de diversas formas:
- Oferta de bens ou serviços em troca de bitcoins;
- Trocando bitcoins por alguma moeda estatal como o real ou dólar em algum lugar especializado ou mesmo diretamente com alguma pessoa física (P2P).
- Minerando bitcoins (processo que atualmente é lucrativo apenas a profissionais, e que será explicado posteriormente).
Aqui falaremos sobre como comprar bitcoins de outras pessoas. Posteriormente falaremos sobre mineração e também sobre oferta de bens e/ou produtos em troca de bitcoins. Como veremos a seguir, é possível comprar bitcoins destas maneiras:
Uma das maneiras mais baratas de se negociar bitcoins, porque não tem taxas, é comprando diretamente de outras pessoas que já possuem a moeda. As duas partes chegam a um acordo de preço e a troca é feita. Geralmente quem tem menos reputação entrega o bitcoin ou a moeda local primeiro.
Por ser uma maneira relativamente arriscada, pois não há um mediador para casos de descumprimento de uma das partes, a reputação de alguém deve ser muito considerada. Exemplo: prefira negociar com alguém do seu círculo de amizades (rede de confiança), alguém que você confie muito como familiares e amigos, ou por uma indicação (amigo de amigo). Se a outra parte tem uma reputação duvidosa, prefira negociar aos poucos (divida os valores em várias partes menores e vá trocando aos poucos).
Algumas ferramentas auxiliam nesse processo de reputação e rede de confiança, sendo elas:
- A mais tradicional, confiável e mais importante: Bitcoin OTC WoT que mantém um "grafo de confiança" e pode ser acessada através de comandos para um bot de um canal IRC. Se quiser aprender mais, entre na comunidade Bitcoin OTC WoT Brasil para pedir auxílio em português.
- LocalBitcoins lista alguns interessados em negociar na sua região.
Outra forma de se negociar bitcoins (e essa provavelmente é a maneira mais conveniente, embora não seja a mais barata) é utilizando um intermediário que viabilize a compra e venda de bitcoins entre pessoas interessadas. Esses intermediários são as "corretoras" ou "bolsas" de bitcoins (mais conhecidas por exchanges).
Essas corretoras fornecem um serviço de intermediação entre compradores e vendedores de bitcoin, cobrando uma taxa para tal. Por causa disso o bitcoin nas corretoras tem um preço final um pouco mais alto do que se fosse comprar de outras maneiras, mas devido ao altíssimo volume, uma operação pode ser realizada instantaneamente.
Além de usar exchanges, você também pode encontrar um intermediário na relação P2P, tornando-a mais segura. Exemplo: um amigo em comum, que pode levar uma comissão previamente combinada para intermediar as duas partes.
Você pode conferir uma lista de corretoras no ExchangeWar. Algumas das principais corretoras brasileiras são:
- Walltime
- Foxbit
- [MercadoBitcoin] (https://www.mercadobitcoin.com.br/)
- [BitcoinToYou] (https://www.bitcointoyou.com/)
- [CoinBR] (https://www.coinbr.net/)
Hoje é virtualmente possível gastar os bitcoins em qualquer lugar, usando algum intermediário para trocá-los imediatamente sob demanda por alguma moeda local, como numa exchange ou com serviços como Neteller, Xapo ou Gyft.
Alguns locais porém já aceitam a moeda digital diretamente, como é o caso da [Microsoft] (http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/12/microsoft-passa-aceitar-bitcoins-na-compra-de-apps-musicas-e-games.html), [Dell] (http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/07/fabricante-de-pcs-dell-comeca-aceitar-pagamentos-em-bitcoin.html) e Overstock, além de inúmeras outras ao redor do mundo.
Confira uma lista com mais de 100 mil lugares que já aceitam diretamente o bitcoin em SpendBitcoins ou no CoinMap.
Segue algumas listas de locais que aceitam bitcoin no Brasil:
- [Lojas que aceitam bitcoins] (http://lojabitcoin.blogspot.com.br/)
- [Bitcoin Empresas] (http://bitcoinempresas.com/)
Para minerar bitcoins você precisa executar um software em um computador especializado (ASIC) que possa realizar uma grande quantidade de operações matemáticas demandada pelo sistema de consenso P2P do bitcoin.
Logo após a criação do Bitcoin em 2009, era possível e rentável minerar bitcoins utilizando o processamento de computadores pessoais (através de simples processadores e placas de vídeo), mas com o tempo essa atividade deixou de ser rentável e tornou-se praticamente impossível para tais máquinas. Isso aconteceu pois o interesse no Bitcoin aumentou muito, trazendo assim mais pessoas para a mineração e impulsionando uma corrida por maior quantidade de processamento. Com o avanço da tecnologia e o aumento do interesse por Bitcoin, mais poder de processamento foi adicionado à rede Bitcoin e isso resultou em um aumento da dificuldade para se encontrar novos Blocos.
Essa é uma característica do protocolo Bitcoin: quanto maior o poder de processamento da rede, maior a dificuldade para se minerar bitcoins - ou seja, maior a dificuldade para se descobrir novos Blocos. Um bloco é um arquivo que possui uma identificação (data, hora e informações genéricas) e um registro das transações (movimentação de bitcoins entre endereços) mais recentes. Resumidamente, os mineradores são uma forma de manter a rede Bitcoin segura e operante, algo que demanda muito poder de processamento (o que torna inviável o uso computadores de propósito geral para tal fim) e que, como retribuição por essa tarefa importante, gera uma recompensa em bitcoins pelo trabalho.
Todas as transações, ou seja, as movimentações em bitcoins realizadas entre endereços (carteiras), são anônimas pois se caracterizam como uma transferência de fundos de um endereço Bitcoin para outro, que, embora tenham relação indireta com pessoas reais, não possuem uma relação direta. Ou seja, não é possível dizer com absoluta certeza que determinada pessoa é detentora de um endereço a menos que ela diga isso em algum lugar - o que torna o Bitcoin algo pseudônimo, não anônimo (você é anônimo apenas se quiser e tiver conhecimentos para tal). Todas as transações da história da rede Bitcoin são públicas e podem ser conferidas em sites como o Blockchain Info.
Então...é impossível minerar hoje em dia num PC comum ou notebook? Sim, mas não é lucrativo. Para isso existem os ASICs (Circuitos Integrados de Aplicação Específica, em inglês Application Specific Integrated Circuits), hardwares específicos para mineração. Há uma lista na Bitcoin Wiki, em inglês, onde estão listados todos os ASICs disponíveis no mercado e também placas gráficas e processadores. É importante notar que embora seja possível minerar bitcoins, não é algo recomendado aos brasileiros, uma vez que o equipamento é caro, importado e possui taxas de importação - além da energia elétrica brasileira, que inviabiliza totalmente o processo.
(REVISADO ATÉ AQUI)
Como dinheiro "comum", o bitcoin é guardado em uma carteira, usa-se o termo em inglês wallet. Essas carteiras são virtuais, é claro e possuem um endereço, através desse endereço é que acontecem as transações de um usuário ao outro, como se fosse os dados bancários de alguém, porém, totalmente descentralizado, ou seja, você é seu próprio banco.
As wallets são geradas de acordo com a demanda da comunidade Bitcoin. Como já foi explicado, o bitcoin é um bem escasso e isso dá a ele o seu valor monetário, as wallets também seriam? A resposta é sim, há um número limitado de carteiras que podem ser geradas pelo protocolo. Isso não seria um problema? Afinal, as empresas que trabalham com bitcoins precisam gerar wallets novas a todo momento, uma hora isso vai acabar, não? Sim, vai, mas isso demora. O [número de carteiras] (https://bitcointalk.org/index.php?topic=678778.msg7694678#msg7694678) é quase inconcebível, 2^160 (dois elevado a cento e sessenta) endereços, para se ter uma noção do quanto é isso, vamos a um breve comparativo.
- Convertido o número de carteiras para base decimal, teríamos 1,46 x 10^47 ou 146 seguido de 45 zeros.
- A Terra possui 10^20 (dez elevado a vinte) grãos de areia
- A Via Láctea possui 10^11 (dez elevado a onze) estrelas
- Se cada uma das 7 bilhões de pessoas na Terra criassem um endereço Bitcoin por segundo, seriam necessários 2.08 x 10^38 (dez elevado a trinta e oito) segundos para criar todos os endereços. Convertendo em anos temos que demoraríamos 6 x 10^30 (dez elevado a trinta) ou 6.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 (seis nonilhões) de anos, incontáveis vezes mais tempo do que a idade do Universo.
Então, o número de endereços gerados é virtualmente infinito.
Mas essas carteiras oferecem a segurança que um banco teoricamente nos ofereceria? Em primeiro lugar, não se envia para o nome de uma pessoa ou um número como um e-mail, por exemplo. O endereço, na verdade, é uma assinatura digital única que mantém o usuário anônimo. Existem várias carteiras, dentre elas podemos destacar Bitcoin Core, MultiBit, Armory, mSIGNA, Ninki, Green Adress e Electrum. É possível fazer o backup de todas essas carteiras, ou seja, salvar um arquivo que contém os dados de acesso à carteira futuramente, a forma mais segura de possuir wallets, é deixar esses arquivos offlines, em um lugar onde não se possa perdê-lo ou apagá-lo.
No site da Bitcoin.org é possível ver as especificações de todas as carteiras citadas aqui.
Algumas dicas importantes para proteger sua wallet, são:
- Nunca esqueça sua senha.
- Use uma senha realmente forte, com letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais.
- Sempre faça o backup de sua carteira e guarde num local seguro, caso ocorra um problema no seu computador e a wallet tiver armazenada nele com bitcoins, o dinheiro é perdido para sempre e é impossível resgatá-lo, a não ser pelo backup.
- Se for armazenar o backup online, na nuvem, por exemplo, criptografe o arquivo.
- Mantenha seu software sempre atualizado.
- Se possível, faça uma autenticação de dois fatores para serviços online (two factor authentication).
- Não use wallets online em computadores inseguros.
- Pense numa espécie de testamento caso aconteça algum problema com você. Se você, por algum motivo, nunca mais poder acessar a wallet, o dinheiro ficará perdido para sempre, então combine com sua família, amigos ou pessoas de confiança, uma forma de acessar a wallet nesses casos.
Uma outra alternativa, é fazer uma paper wallet, que seria um papel, ou cartão que andaria constantemente com o usuário e através de uma chave contida nele, seria possível acessar a carteira. Por esse tipo de carteira não ter contato algum com a web, a não ser quando o usuário acessa, pode ser um dos estilos mais seguros de wallet.
Hoje em dia, a forma mais fácil e simples de se ganhar novos bitcoins, é através do reinvestimento. Ou seja, o usuário começa com um número x de bitcoins que comprou num período de valor mais baixo e pode vender os mesmos bitcoins em um período de valor mais alto. Esse tipo de negócio, chamado de trading, costuma ser mais demorado e exige uma atenção muito grande do investidor, pra saber o momento certo de comprar e vender. Os tradespodem ocorrer diretamente entre uma pessoa e outra, ou através das exchanges, já citadas aqui em outros itens do texto.
Uma outra forma, seria através de empréstimos descentralizados. Esse negócio consiste em um usuário solicitar um empréstimo para a comunidade sob uma taxa de juros que ele ache justa, outros usuários que estiverem interessados podem investir seus bitcoins para, depois do período estipulado, poderem retirar o montante investido mais o juros.
Há alguns sites especializados nesse tipo de transação. Nesses sites, são verificadas várias coisas do usuário, entre elas, as redes sociais, a conta em empresas de pagamento como o PayPal e em outras de compra e venda, como a Amazon, a identidade, comprovantes de renda e de moradia e outros vários dados que possam aumentar a reputação da pessoa. O sistema funciona de forma que um usuário é avaliado pela comunidade, se ele paga suas transações em dia, ele é avaliado positivamente, caso contrário, negativamente. Quanto mais bem avaliado é o usuário, mais facilmente ele consegue um empréstimo.
E claro, sempre haverá a mineração caso você esteja disposto a investir uma quantia em ASICs, que já foram explicados no tópico de mineração.
Unidade | Abreviação | Quantidade em bitcoin | Uso | Nome alternativo |
---|---|---|---|---|
Bitcoin | BTC | 1,00000000 | Unidade básica, usada no client padrão. | XBT |
millibit | mBTC | 0,00100000 | Padrão em diversos serviços. | - |
bit | μBTC | 0,00000100 | Possível novo padrão a ser adotado. | microbit |
Satoshi | - | 0.00000001 | Frequentemente usado para negociar altcoins, menor unidade possível. | - |