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Não obriguem o utilizador ‐ desempenho funcional à luz da EN301549
As declarações de desempenho funcional da EN 301 549. Inicialmente estranha-se, mas depois, começa a fazer sentido.
Tradução inspirada na letra da música de José Afonso:
"Não me obriguem a vir para a rua gritar!"
As declarações abaixo também podem ser lidas, na perspetiva do utilizador, como:
"Não me obriguem a ..."
NOTA: o presente documento pode transformar-se num Manifesto da Acessibilidade e da Usabilidade e adotar mesmo a 1ª pessoa para a sua redação. Algo como:
- não me obriguem a usar a visão
- não me obriguem a ter uma visão de 100%
- não me obriguem a usar a audição
- não me obriguem a ter uma audição de 100%
- não me obriguem a usar a voz
- não me obriguem a ter destreza manual ou força nas mãos
- não me obriguem a ser alto ou baixo e muito menos médio
- não me obriguem a expor-me ao risco de desencadear um ataque epilético
- não me obriguem a pensar
- não me obriguem a perder a privacidade
Crie conteúdos, serviços, produtos que:
- Não obriguem o utilizador a usar a visão (4.2.1 WV)
- Não obriguem o utilizador a ter uma visão de 100% (4.2.2 LV)
- Não obriguem o utilizador a ter perceção da cor (4.2.3 WPC)
- Não obriguem o utilizador a usar a audição (4.2.4 WH)
- Não obriguem o utilizador a ter uma audição de 100% (4.2.5 LH)
- Não obriguem o utilizador a usar a voz (4.2.6 WVC)
- Não obriguem o utilizador a usar rato
- Não obriguem o utilizador a usar teclado
- Não obriguem o utilizador a ter destreza manual ou força nas mãos (4.2.7 LMS)
- Não obriguem o utilizador a ser alto ou baixo e muito menos médio (4.2.8 LR)
- Não obriguem o utilizador a expor-se ao risco de desencadear um ataque epilético (4.2.9 PST)
- Não obriguem o utilizador a pensar (4.2.10 LC) Steve Krug
- Não obriguem o utilizador a perder a privacidade (4.2.11 P)
Quais são, no mundo, os dois sectores onde se regista um maior grau de inovação? exército e indústria automóvel.
No exército não precisamos de ir ao registo de patentes mais recentes para encontrar inovações que tentam responder aos requisitos anteriores. No final do século XIX Napoleão encomendou ao capitão Charles Barbier um sistema de leitura e escrita para usar durante a noite nas trincheiras. Não obrigar os seus tropas a usarem a visão para lerem e escreverem as mensagens recepcionadas durante a calada da noite nas trincheiras representava uma vantagem comparativa face ao inimigo.
O sistema de Barbier é contemporâneo do sistema de Louis Braille, não se sabendo ao certo quem inspirou quem. Uma coisa é certa: vingou na história o de Louis Braille. Eu diria que por uma simples razão: muitos testes de usabilidade. Em conseguência produziu-se um sistema que parece quase um hino à perceção tátil que se materializa numa leitura fluída da informação impressa com velocidades de leitura muito similares à que é proporcionada pela visão humana. Faz da ponta dos dedos uma verdadeira fóvea táctil.
"O condutor nunca deve tirar os olhos da estrada." Se isto é assim, todas as solicitações que lhe são feitas enquanto conduz têm de ser operacionalizadas sem recurso à visão. Tarefas como mudar de posto no rádio ou aumentar o volume têm de ser feitas por componentes que façam uso do tacto, do olfato, da audição, do gosto ou do uso da voz.
2022/2024 - Book A11Y - Bloco de notas sobre acessibilidade digital